Nove em cada 10 professores atribuem problemas de aprendizagem dos alunos à falta de acompanhamento dos pais

2019-04-30T11:58:13-03:00 30/04/2019|

Dentre 11 fatores,  falta de acompanhamento dos pais obteve o percentual mais alto. Em seguida, aparece falta de esforço do aluno

Para 93,1% dos professores, os possíveis problemas de aprendizagem dos alunos ocorrem por falta de acompanhamento e assistência dos pais. Os dados são dos questionários do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, tabulados com exclusividade pelo Iede.

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Fatores ligados ao próprio professor e à gestão escolar têm, na visão dos docentes, peso menor. Somente 16% consideram, por exemplo, que carência ou ineficiência da supervisão, coordenação ou orientação pedagógica têm relação com as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Veja a seguir os cinco fatores que, segundo os professores, impactam mais:

 

Violência nas escolas

Metade dos diretores afirma já ter havido agressão verbal ou física de alunos a professores ou funcionários da escola. Distrito Federal é o local com o percentual mais alto (68%), em seguida, aparecem Mato Grosso (61,9%) e Mato Grosso do Sul (60,4%). Observe no gráfico a seguir as comparações entre as regiões do país:

Telma Vinha, doutora na área de Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação pela Unicamp e professora na mesma instituição, alerta que o fato do questionário do Saeb juntar em uma única pergunta agressão física e agressão verbal, tanto contra alunos quanto contra os professores e funcionários, impede uma análise mais criteriosa
do tipo de agressão, parecendo que a realidade é ainda pior.

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“As agressões físicas estão mais próximas à violência enquanto as verbais, mais relacionadas às incivilidades.  Alguns estudos indicam que, mais do que a violência, há o crescimento das incivilidades, particularmente as pequenas infrações que se repetem constantemente, como agressões verbais, insultos, provocações e desrespeito”, explica.

Telma destaca que “cada problema de convivência tem suas especificidades e requer intervenções diferenciadas”. “Essa indiferenciação gera alarmismos e incentiva medidas coercitivas e controladoras, como, por exemplo, a contratação de empresas de segurança, instalação de filmadoras e a militarização na gestão escolar, buscando-se na atuação policial o que caberia às escolas”, considera.

Acesse a seguir todas as análises dos questionários do Saeb 2017: