Educação em pauta / Sinepe-RS: O que pode mudar na avaliação da formação de professores?

2023-07-27T22:23:54-03:00 27/07/2023|

Anunciadas pelo Inep, as alterações estão previstas para o ciclo de 2024. Especialistas e instituições de Ensino Superior opinam sobre essa iniciativa do MEC

Por: Eduardo Wolff –

Recentemente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os resultados dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior. Entre os estudos para melhorias dos cursos de licenciaturas foram apontados aperfeiçoamentos dos instrumentos de avaliação in loco e identificação de propostas para avaliação mais detalhada dos estágios supervisionados dos docentes.

Atualmente, a avaliação das licenciaturas é realizada pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), de três em três anos, igual a todos os outros cursos de Ensino Superior brasileiro.

Com essas alterações, a forma de avaliação da formação de professores nas universidades brasileiras deve mudar em 2024, com a inclusão de um Enade Licenciaturas. A ideia é introduzir novos instrumentos, produzir mais informações e avançar em objeto de observação.

Para a pedagoga e diretora da Escola Brasileira de Professores (Ebrap), Guiomar Namo de Mello, a iniciativa é uma oportunidade elogiável, com a possibilidade de elevar o patamar da educação. No entanto, ela alerta que é necessário ter mais clareza do que será exigido dos professores.

Guiomar recorda que, em 2019, o Conselho Nacional de Educação (CNE) definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e instituiu a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). “Neste documento constam as propostas de licenciatura, com competências e habilidades para ter um referencial. Agora, cabe a cada instituição de Ensino Superior ter sua autonomia de projeto pedagógico e ao MEC fiscalizar”, argumenta.

Para ela, as instituições de Ensino Superior terão que se adaptar, pensar como vão organizar seus cursos. “Por meio da avaliação que o MEC induz a formação dos professores. A outra maneira é por meio de recredenciamentos de cursos”, complementa.

Conforme comenta o diretor executivo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins Faria, a medida é positiva, pois há uma grande necessidade de melhoria nas avaliações do Ensino Superior, e isso de forma geral, não só para as licenciaturas. “O Enade, como um todo, precisa ser repensado e não gerar apenas medidas comparativas sem muitas vezes conversar com as demandas do mercado de trabalho”, sinaliza.

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