Correio Braziliense – Artigo: Tecnologia na escola: para funcionar, tem que formar

2023-12-05T14:37:01-03:00 03/10/2023|

Relatório da Unesco destaca que é improvável que a educação seja igualmente relevante sem as tecnologias digitais

03/10/2023 06:00

POR ERNESTO MARTINS FARIA, diretor-fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) e  LECTICIA MAGGI, gerente de Comunicação no Iede

“A tecnologia será capaz de ajudar a resolver os desafios mais importantes da educação?” Esse é um dos questionamentos presentes no Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023 da Unesco, divulgado no final de julho, e que provocou um acalorado debate. O documento, intitulado A tecnologia na educação, uma ferramenta a serviço de quem?, traz uma série de provocações e ponderações sobre a utilização de tecnologias digitais nas escolas.

Muitos veículos de comunicação do país, incluindo alguns de grande alcance nacional, optaram por uma abordagem mais negativa da temática, citando os “efeitos nefastos” da tecnologia e ressaltando que, segundo a Unesco, seria uma “falsa boa ideia” e que é preciso banir os celulares das salas de aula. De fato, há muitos alertas no relatório: entre vários outros tópicos, são mencionados o acesso desigual à internet e as tecnologias pelo mundo, com a exclusão de milhões de estudantes do processo; a falta de preparo de muitos professores para a utilização de recursos digitais em suas aulas; a disseminação de conteúdos online sem regulamentação e controle de qualidade adequados; os riscos de uma exposição excessiva das crianças às telas; o alto custo da tecnologia para o orçamento dos países e até para o planeta; e a escassez de evidências imparciais sobre os impactos da tecnologia educacional, com os poucos estudos sendo feitos em países ricos e, ou, por empresas que vendem dispositivos tecnológicos.

No entanto, o relatório também traz pontos positivos e destaca que “é improvável que a educação seja igualmente relevante sem as tecnologias digitais (…) e que uma definição ampliada do direito à educação poderia incluir o apoio efetivo da tecnologia para que todos os estudantes alcancem seu potencial, independentemente de contexto ou circunstâncias.” Para nós, essa é a principal discussão que precisa ser feita: não sobre retroceder ou “fugir” da tecnologia, afinal essa já é a realidade e ignorá-la é colaborar com a desigualdade, mas, sim, sobre como qualificar o seu uso para que produza os resultados almejados na educação e contribua para a equidade.

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