Estadão: Como é o desempenho do Brasil no ranking global de alfabetização? Pior que Turquia e Azerbaijão

2023-10-18T08:26:50-03:00 13/09/2023|

Desafios do País incluem melhores estratégias de avaliação, investimento em formação docente e ensino de tempo integral

Por Raisa Toledo – 08/09/2023

 

No Brasil, muitas mudanças ainda precisam ser implementadas para vencer as desigualdades e melhorar os resultados na alfabetização. É o que mostra a última edição da avaliação Progress in International Reading Literacy Study (Pirls), realizada em 2021.

Na comparação com os 43 países que aplicaram os testes no 4.° ano do fundamental, o Brasil teve média de 419 pontos (entre zero e mil), pouco acima da pontuação mais baixa da escala. Assim, ficou atrás de Usbequistão e Azerbaijão e estatisticamente empatado com Irã, Kosovo e Omã.

A avaliação mede as habilidades de leitura dos estudantes, analisando se são capazes de localizar informações, interpretar, articular ideias e analisar de forma crítica o conteúdo do texto. Foi a primeira vez que o Brasil participou dessa avaliação organizada pela IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), cooperativa internacional de instituições de pesquisa, acadêmicos e analistas.

A edição de 2021 enfrentou alguns desafios logísticos de aplicação, por causa da pandemia. Alguns países, como os Estados Unidos, não aplicaram o exame no 4º ano escolar, mas no 5º. Outras nações, como o Japão, não participaram da avaliação, que é viabilizada por adesão dos governos locais. Já o Canadá fez aplicações por províncias, como Quebec.

O desempenho no Pirls revela que crianças de nível socioeconômico mais alto tiveram média de 546 pontos, enquanto as de nível mais baixo pontuaram 390. “Os nossos alunos vulneráveis vão muito pior que os alunos vulneráveis de outros países”, analisa Ernesto Faria, diretor executivo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).

Enquanto 38,4% dos alunos não chegaram sequer ao patamar básico da escala (400 pontos), apenas 2,1% alcançaram notas compatíveis com o avançado (acima de 625). “Alunos que não chegam nessa pontuação mínima muito provavelmente não estão alfabetizados, o que deve fazer a gente refletir”, observa Ernesto.

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